Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Desabafos,,

Da vida não quero muito. Quero apenas saber que tentei tudo o que quis, tive tudo o que pude, amei tudo o que valia a pena e perdi apenas o que, no fundo, nunca foi meu.

Desabafos,,

Da vida não quero muito. Quero apenas saber que tentei tudo o que quis, tive tudo o que pude, amei tudo o que valia a pena e perdi apenas o que, no fundo, nunca foi meu.

Arriba Franco, más alto que Carrero Blanco

M. Martins, 20.12.23

Arriba Franco, más alto que Carrero Blanco! – 20-12-1973 – 50.º aniversário

FB_IMG_1703108226525.jpg

Há meio século, Luis Carrero Blanco era presidente do Governo espanhol, cúmplice do maior genocida ibérico de sempre, Francisco Franco, e seu previsível sucessor.

À saída da missa, bem rezado, comungado e incensado, graças a 100 quilos de Goma-2, colocados no túnel dedicadamente construído pela ETA, o carro blindado que o esperou foi projetado a uma altura de cinco andares, deixando-o mais perto do Céu.

Na queda, o carro caiu no pátio do convento contíguo à igreja que frequentava. Nunca foi tão santa e desejada a morte de um carrasco. Jamais um almirante voara tão alto. E o júbilo ressoou dos dois lados da fronteira ibérica, “Arriba Franco más alto que Carrero Blanco!”, frase que logo nasceu para ser escrita nas paredes e sussurrada por antifascistas.

Já em democracia, muitos anos depois, ainda os juízes espanhóis, oriundos de madraças da Falange, puniam quem fizesse humor com a morte de Franco ou de Carrero Blanco, facínoras que deixaram um rasto de sangue e ódio.

Para se perceber o júbilo pela morte de tão hediondo e pio governante, o único que não esperou para ser chamado pela Providência, é preciso recordar a guerra civil espanhola (1936/39) tempo de horrores, dos dois lados da barricada. Mas foi um golpe de Estado que derrubou o governo eleito, e o general cuja sedição foi designada ‘cruzada’, pelo papa de turno, iniciou a feroz ditadura fascista que Hitler, Mussolini e Salazar apoiaram.

Não bastou a carnificina da guerra. Os fuzilamentos prosseguiram, durante vários anos, nas praças de touros e nas ruas onde os falangistas abatiam republicanos suspeitos. Os próprios Tribunais, às ordens do ditador, condenavam à morte e mandavam garrotar.

Em Madrid, o delinquente Francisco Franco, que servira às ordens do general mutilado, Millán Astray, autor do grito ‘Viva la muerte!’, continuou a matar adversários através de milícias fascistas que os esperavam. O seu diretor espiritual, Escrivà de Balager, que fundou o Opus Dei, estagiou nessa função para a futura canonização.

Os crimes contra a Humanidade não prescrevem, mas em Espanha, com a cumplicidade do PP de Aznar, a amnistia permitiu que não fossem julgados e, só agora, começaram as investigações das valas comuns para onde foram atirados os republicanos assassinados.

Não venham os moralistas do costume a azucrinar os que então se regozijaram e quem se sentiu sempre solidário com as vítimas, contra os algozes.

Viva España!

(Publicação de

Carlos Esperança 

FC, 20-12-23)

 

 

 

 

Carta ao Dr Nuno

M. Martins, 11.12.23

Carta ao Dr. Nuno. Obrigado, Dr. Nuno. Não se amofine.

Caro Dr. Nuno, é recente o conhecimento da sua existência, e estimo-o como se fosse de longa data a convivência, excelso o seu comportamento e recíproca a simpatia.

 

Talvez por isso me indignei quando ouvi o principal heterónimo do seu papá a atribuir-lhe, na SIC, “um comportamento inaceitável” por ter seguido os passos do progenitor. 

Se o Dr. Miguel, meu filho, me enviasse um email a pedir ajuda para algum amigo seu, logo lhe telefonaria para saber como podia ser útil, sem enviar o email para outra pessoa e se, por acaso, me criasse problemas, jamais deixaria de falar ao filho ou, muito menos, mandaria alguém censurá-lo em público.

Dr. Nuno, não há na sua conduta nada de reprovável. Quis ser útil a um amigo e cliente. É natural. Ninguém nega favores ao papá. Reprovável é o comportamento para consigo.

Não se amofine se ele não lhe falar, ele que fala demasiado com toda a gente e teve uma conversa lamentável com a Dr.ª Lucília que parece receber ordens de um sindicato e tem dificuldades comunicacionais. Dr. Nuno, não calcula o que sucedeu nessa reunião em que o papá e a tal senhora escreveram um parágrafo que atingiu a honra de um estadista e a credibilidade do País. As ondas de choque ainda não pararam.

Pode o papá atirar para o Dr. Nuno a responsabilidade das suas leviandades, mas não se indigne. Já o deve conhecer e sabe como é exímio a sacudir a água do capote, como se diz deste lado do Atlântico.

As pessoas estranham que se distancie do filho, já o Dr. Ricardo Espírito Santo se há de queixar do mesmo. Há quem não mereça os amigos que tem. O papá é assim.⁵

A amizade que perdeu será trocada pelo carinho do País. O papá é pouco confiável, mas passou a vida a construir cenários e a tecer intrigas, mantendo uma enorme popularidade mediática, como se fosse confiável. 

Se não fosse o Dr. Nuno, nunca mais interrompia o ciclo de conspirações, marca da sua identidade. O país deve-lhe o desmascaramento.

 

Obrigado, Dr. Nuno.

 

(Carlos Esperança )