Carta ao Dr Nuno
Carta ao Dr. Nuno. Obrigado, Dr. Nuno. Não se amofine.
Caro Dr. Nuno, é recente o conhecimento da sua existência, e estimo-o como se fosse de longa data a convivência, excelso o seu comportamento e recíproca a simpatia.
Talvez por isso me indignei quando ouvi o principal heterónimo do seu papá a atribuir-lhe, na SIC, “um comportamento inaceitável” por ter seguido os passos do progenitor.
Se o Dr. Miguel, meu filho, me enviasse um email a pedir ajuda para algum amigo seu, logo lhe telefonaria para saber como podia ser útil, sem enviar o email para outra pessoa e se, por acaso, me criasse problemas, jamais deixaria de falar ao filho ou, muito menos, mandaria alguém censurá-lo em público.
Dr. Nuno, não há na sua conduta nada de reprovável. Quis ser útil a um amigo e cliente. É natural. Ninguém nega favores ao papá. Reprovável é o comportamento para consigo.
Não se amofine se ele não lhe falar, ele que fala demasiado com toda a gente e teve uma conversa lamentável com a Dr.ª Lucília que parece receber ordens de um sindicato e tem dificuldades comunicacionais. Dr. Nuno, não calcula o que sucedeu nessa reunião em que o papá e a tal senhora escreveram um parágrafo que atingiu a honra de um estadista e a credibilidade do País. As ondas de choque ainda não pararam.
Pode o papá atirar para o Dr. Nuno a responsabilidade das suas leviandades, mas não se indigne. Já o deve conhecer e sabe como é exímio a sacudir a água do capote, como se diz deste lado do Atlântico.
As pessoas estranham que se distancie do filho, já o Dr. Ricardo Espírito Santo se há de queixar do mesmo. Há quem não mereça os amigos que tem. O papá é assim.⁵
A amizade que perdeu será trocada pelo carinho do País. O papá é pouco confiável, mas passou a vida a construir cenários e a tecer intrigas, mantendo uma enorme popularidade mediática, como se fosse confiável.
Se não fosse o Dr. Nuno, nunca mais interrompia o ciclo de conspirações, marca da sua identidade. O país deve-lhe o desmascaramento.
Obrigado, Dr. Nuno.
(Carlos Esperança )