Gosto de ti,,,
Gosto de ti quando sorris, e quando me fitas com um olhar quase inseguro de ti mesma (mas, para quê tanta insegurança? Eu gosto de ti).
Gosto de ti porque não me tocas mas sinto-te por perto, até que te afastas (para quê tanta distância, se não é isso que me leva para longe de ti?).
Gosto de ti porque me cativas e estás cada vez mais presente em mim.
Gosto de ti, mas hoje ofereces-me espinhos em vez de rosas, e eu, espero que te apercebas que talvez alguém goste de ti em segredo, e eu seja esse alguém.
Vi-te passar do outro lado da estrada e a minha maior vontade foi correr para perto de ti… Então, atravessei-a sem pensar, depois? Fui atropelado e morri- Há amores que nos matam- E tu? Passas pela mesma estrada, e desta vez já não me vês. Não sei se choras ou sorris, e não te importes se não conseguires chorar: eu prefiro ver-te sorrir.
Gosto de ti, mas tu nunca o soubeste, e agora é tarde- talvez o amor que me matou seja o mesmo que me fará viver: porque a cada sorriso teu, eu ganho vida.
Gostei de ti, mas acabou. Ou melhor “gosto de ti, mas acabou”- Assim é certo. Fazes parte da conjugação do verbo “gostar” no passado, mas em mim pertences no presente. Irónico? Esta contradição lembra-me do teu desinteresse e das minhas eternas tentativas. E hoje conforto-me com mais uma contradição, que o tempo me fez sentir: gosto de ti, e odeio-te. Gosto de ti por o teu jeito tão próprio e inseguro de ti mesma, e gosto de ti porque às vezes me olhas… olhavas- é o hábito, desculpa- e é aqui que entra o meu ódio. Odeio-te porque me entreguei a alguém que me prometeu o mundo, e acabei cheio de vários nadas. Sei que somos o contrário, por isso: acabou, mas ainda gosto de ti.
Hoje, olho para ti como quem não te conhece- e mesmo assim ainda gosto de ti.
A vida não é um jogo: nos maus momentos não podes desistir e ter uma nova vida, e moldá-la apenas com as vitórias; enquanto no jogo trocas dinheiro por vidas, na vida trocas vidas por dinheiro. A vida não é um jogo, mas também ganhas e perdes- mas nunca para sempre. Ganhar é uma questão de dias, perder é uma questão de segundos- e tudo isto, é uma questão de perspetiva: se ganhas por amor, perdes o orgulho, e se ganhas por orgulho, perdes o amor.
Eu, perdi o orgulho por ti e perdi-me também por ti (mas não em ti, porque na verdade nunca te tive) -nem sempre fazemos as escolhas acertadas, pelo que, por vezes são apenas escolhas, ou más escolhas (se só perdermos).
Gosto de ti, e perco-me a procurar-te, até que desisto de esperar por quem não vem: morro de amores, mas não morro por amor; morro de saudades, mas não morro por saudade.